terça-feira, 20 de julho de 2010

Lenda do Milagre das Rosas

Esta é uma das mais conhecidas lendas portuguesas que enaltece a bondade da rainha D. Isabel para com todos os seus súbditos, a quem levava esmolas e palavras de consolo.

Conta a história que um nobre despeitado informou o rei D. Dinis que a rainha gastava demais nas obras das igrejas, doações a conventos, esmolas e outras acções de caridade e convenceu-o a por fim a estes excessos.

O rei decidiu surpreender a rainha numa manhã em que esta se dirigia com o seu séquito às obras de Santa Clara e à distribuição habitual de esmolas, e reparou que ela procurava disfarçar o que levava no regaço.

Interrogada por D. Dinis, a rainha informou que ia ornamentar os altares do mosteiro ao que o rei insistiu que tinha sido informado que a rainha tinha desobedecido às suas proibições, levando dinheiro aos pobres.

De repente e mais confiante D. Isabel respondeu:
"Enganais-vos, Real Senhor. O que levo no meu regaço são rosas..."

O rei irritado acusou-a de estar a mentir: como poderia ela ter rosas em Janeiro? Obrigou-a, então, a revelar o conteúdo do regaço.

A rainha Isabel mostrou perante os olhares espantados de todos, o belíssimo ramo de rosas que guardava sob o manto.

O rei ficou sem palavras, convencido que estava perante um fenómeno sobrenatural e acabou por pedir perdão à rainha que prosseguiu na sua intenção de ir levar as esmolas.

A notícia do milagre correu a cidade de Coimbra e o povo proclamou santa a Rainha Isabel de Portugal.

2 comentários:

Bartolomeu disse...

Ao que parece uma característica familiar, já que a tia, Isabel a Rainha da Hungria, também ela santa, produzia o mesmo milagre com mais fama e subtileza... em resultado, em Mafra a Tia lá está na fachada e a Sobrinha mencionada numa das obscuras naves!

Bem hajam.

Sigillum disse...

Pois

Mas o que verdadeiramente importa é que a Rainha Santa Isabel ainda hoje vive no Coração dos portugueses.
Esteja ou não presente em fachadas principais, esteja ou não escondida em obscuras naves; a gratidão de um Povo ainda hoje a Honra, e isso, é muitíssimo mais importante que as dignidades voláteis.

Agradeço-lhe a atenção, bem haja