sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Em pleno Agosto, a doce promessa de farta Luz

Quase prontas a colher, ei-las: carregadas de Ouro, em doce promessa de fartura.

Tal como o camponês, que canta a semear
A terra,
Ou como tu, pastor, que cantas a bordar
A serra
De brancura,
Assim eu canto, sem me ouvir cantar,
Livre e à minha altura.
Semear trigo e apascentar ovelhas
É oficiar à vida
Numa missa campal.
Mas como sobra desse ritual
Uma leve e gratuita melodia,
Junto o meu canto de homem natural
Ao grande coro dessa poesia.

- Miguel Torga, Comunhão

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