quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Castelo de Pena de Aguiar


A freguesia foi reitoria e comenda da Ordem de Cristo e da apresentação do comendador.

Telões recebeu foral de Dom Afonso III, a 10 de Julho de 1255, e beneficiou do foral manuelino concedido a Aguiar de Pena, em 22 de Julho 1515.
Freguesia do concelho de Vila Pouca de Aguiar composta pelos lugares de Castelo, Ferreirinho, Gralheira Outeiro, Pontido, Soutelinho do Amésio, Souto, Telões, Tourencinho, Vila Chã, Zimão e Carrica.
A paróquia de Telões pertence ao arciprestado de Vila Pouca de Aguiar e à diocese de Vila Real, desde 22 de Abril de 1922. O seu orago é o Divino Salvador.

(fonte: TT)

O Castelo de Pena de Aguiar, também conhecido apenas como Castelo de Aguiar, localiza-se na aldeia de Pontido, freguesia de Telões, Concelho de Vila Pouca de Aguiar, Distrito de Vila Real.

Situado estrategicamente sobre um penedo granítico no flanco Leste da serra de Alvão, liga-se à Reconquista cristã da península Ibérica tendo sido cabeça das terras de Aguiar em tempos medievais. Nesse âmbito, a defesa proporcionada pelo castelo era complementada por algumas atalaias, nomeadamente as de Capeludos, Rebordochão e Portela de Santa Eulália (que à época integrava a circunscrição de Vila Pouca de Aguiar).

Antecedentes
De acordo com a moderna pesquisa arqueológica, a primitiva ocupação humana desta região remonta à pré-história. À época da Invasão romana da Península Ibérica, os conquistadores foram para aqui atraídos pela presença de minérios de ouro, prata e chumbo. Posteriormente foram sucedidos por Visigodos e por Muçulmanos, estes a partir do século VIII.

O castelo medieval

Embora não haja informações acerca da primitiva fortificação da penedia, habitada pelas águias que lhe deram o nome - Aguiar -, um castelo já existia à época da Reconquista, entre o século X e XI, na passagem da Alta para a Baixa Idade Média. A Crónica dos Godos refere que Al-Mansur [Benamet] "tomou o Castelo de Aguiar, que está na margem direita do [rio] Souza, na província Portucalense" (1033 da Era Hispânica, correspondente a 995 da Era Cristã).

O castelo foi cabeça da Terra de Aguiar, que posteriormente se constituiu no Concelho de Vila Pouca de Aguiar, tendo o seu nome ligado à Independência de Portugal, quando se acredita que o seu "tenens" fosse partidário de D. Afonso Henriques (1112-1185), de acordo com uma referência na hagiografia medieval de Santa Senhorinha de Basto.
Por esse motivo a região foi invadida e o Castelo de Aguiar sitiado por uma força leonesa que pretendia sujeitá-lo ao reino de Leão ou, caso contrário, aprisioná-lo e substituí-lo. Na ocasião, D. Gonçalo Mendes de Sousa, senhor de domínios nas terras de Aguiar e de Panóias, companheiro de armas de D. Afonso Henriques, apressou-se a socorrer as gentes do castelo.

Posteriormente, sob o reinado de D. Afonso III (1248-1279), Telões recebeu a sua Carta de Foral (10 de julho de 1255). Nesse período considera-se que a fortificação começou a perder importância, uma vez que a partir de 1258 a população passou a se libertar gradualmente dos encargos de manutenção da daquela defesa.

O castelo sofreu diversas alterações em fins do século XIV.

Na passagem para o século XVI, a vila perdeu a sua importância administrativa, uma vez que se encontra integrada no Foral concedido a Aguiar da Pena, em 1515. Deste período conhecemos o nome de alguns dos alcaides do castelo, como:

Diogo Lopes de Azevedo;
Fernão Martins de Souza (a partir de 17 de julho de 1534);
João de Souza Guedes; e
Jerónimo de Souza Machado (1583-1594).
A partir de então cessam as informações relativas ao castelo, que se admite tenha deixado de ser utilizado para fins militares desde essa passagem do século XVI para o XVII.

(fonte: Wikipédia)

Descrição
O castelo é constituído por dois tipos de estruturas:
a parte monumental, na zona mais elevada, e outras estruturas defensivas na zona inferior.
Existem vestígios de uma linha de muralha que formava um recinto inferior de planta sensivelmente circular que circundava o castelo.
Esta muralha interrompe-se de encontro a enormes batólitos graníticos.
Uma outra muralha forma uma compartimentação interna que dificultava o acesso ao reduto central da fortaleza. Esta muralha possuía uma porta - existem os encaixes da tranca, abertos num rochedo - e, sensivelmente a meio, os alicerces de um torreão circular. Na zona mais elevada, o núcleo monumental da fortaleza, é composto por 3 espaços distintos: barbacã, sala de seteira e acrópole.
A barbacã forma um recinto quase rectangular a que se acede por uma porta de arco quebrado. Uma escada de pedra conduz, depois a um patamar intermédio e à sala de planta quase rectangular que possui na parede menor a única seteira ainda conservada. A porta da barbacã para a sala da seteira é em arco quebrado, representando a remodelação de uma anterior de arco de volta perfeita.
A porta da sala da seteira para o último recinto que coroava a zona mais elevada conserva só uma das ombreiras.
O último recinto é rodeado por uma muralha que acompanha a configuração do rochedo. Uma escada adossada permitia o acesso ao adarve. Aí se conserva o único compartimento ainda coberto, possuindo uma abóbada de canhão e uma abertura quadrangular superior. Sobre este compartimento abobadado - provavelmente utilizado como cisterna - existia uma sala de que resta apenas parte do seu piso lajeado.

Cronologia
Séc. I d.C. - Construção de um fortim militar romano para vigia da importante via Aquas Flavias (Chaves) a Lamecum (Lamego);

Séc. XI - aquando da reconquista cristã da região, os reis de Leão recuperaram e reestruturaram a administração visigótica, recuperando a figura dos condados, altura em que se devem ter construído casas fortificadas que servissem de abrigo e protecção aos condes, senhores da terra;

Séc. XII, inícios / Séc. XIII - construção da actual estrutura do Castelo de Aguiar; o castelo apoiou D. Afonso Henriques, tendo assim desempenhado um papel importante na independência nacional;

Séc. XIV, finais do - obras na barbacã e na sala da seteira, evidentes no aparelho construtivo, desconhecendo-se porém se correspondem a uma ampliação dos espaços ou a trabalhos de consolidação;

Séc. XV, fins / 1527 - abandono definitivo da estrutura castelar;

1804, 28 Dezembro - informação de que a Província de Trás-os-Montes não tinha praça, forte ou fortaleza ou artilharia alguma de préstimo, devido à invasão espanhola de 1762 ter arruinado a Praça de Chaves, a de Bragança e a de Miranda, assim como alguns castelos;

1861, 23 Setembro - circular do Ministro da Guerra sobre a situação das fortificações da Província;

Tipologia
Arquitectura militar, românica. Castelo roqueiro românico composto por três espaços distintos, a barbacã, torre ou sala de seteira e acrópole, circundado por uma linha de muralha que forma um recinto inferior de planta sensivelmente circular.

Características Particulares
Castelo com aparelho de silhares, muitos deles siglados, com tratamento do paramento diferenciado:
irregular na 1ª fase e mais perfeito na 2ª fase.
O recinto muralhado inferior parece não ter tido estruturas fixas de habitat, servindo antes para o refúgio ocasional das populações vizinhas e dos seus bens.

Observações
O castelo foi cabeça militar da terra medieval de Aguiar da Pena.
As escavações arqueológicas centraram-se no núcleo monumental do castelo, tendo também sido realizada uma sondagem na zona inferior.
Para além do estudo da estrutura do monumento, a intervenção detectou a ocorrência de abundante espólio cerâmico e metálico de uso quotidiano, destacando-se ainda a documentação de uma linha de fundição de prata.
Várias pontas de dardo e de seta evidenciam o carácter bélico da fortaleza.
Numa plataforma inferior, a c. de 200 m do Castelo, existem vestígios arqueológicos de um povoado com várias fases de ocupação, apresentando estruturas habitacionais e defensivas desde a Pré-História Recente, Idade do Bronze Tardio e Final e de época Romana.

(fonte: IHRU)

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