terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mosteiro de S. Martinho de Soalhães


Enquadramento
Urbano, junto ao cemitério paroquial.

Descrição
Planta longitudinal, composta por nave única, capela-mor rectangular e sacristia também rectangular adossada a N. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de 2 e 4 águas na sacristia. Fachada principal lisa flanqueada por dois cunhais, também lisos, de ordem gigante, sobrepujados por pináculos piramidais. Portal axial de duas arquivoltas levemente apontadas, apresentando capitéis decorados com temas vegetais. Sobrepujando-o está um óculo quadrifoliado, gradeado e envidraçado, ladeado por duas janelas rectangulares com moldura, gradeadas e envidraçadas, implantando-se no remate da empena uma cruz pétrea. A nave apresenta, de cada lado, uma porta de vão rectangular e duas janelas altas, gradeadas e envidraçadas, que iluminam o seu interior. Esta, de apreciáveis dimensões, tem as paredes, em cantaria, revestidas até meia altura de azulejos azuis e brancos e daí para cima por duas séries de baixos relevos, de madeira, pintados e dourados, representando cenas da Paixão de Cristo, da vida do padroeiro e estações da Via Sacra, tipo de revestimento que também cobre o arco da Capela da Almas, assim como o arco triunfal, excepto no intradorso que está pintado com temas vegetalistas. O tecto, apainelado, é constituído por um conjunto de 91 caixotões de madeira pintados. A capela-mor, alta e profunda, está coberta por um tecto apainelado constituído por caixotões de madeira pintados, apresentando um altar neoclássico. Na nave, no lado da Epístola encontra-se um altar em talha joanina dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Do lado do Evangelho abre-se uma capela rectangular dedicada às Almas, também revestida de azulejos azuis e brancos até meia altura, sendo a restante parede rebocada. A torre sineira localiza-se à esquerda do portal, tendo uma planta quadrangular, com cunhais lisos, de ordem gigante, apresentando quatro janelas sineiras. Possuindo gárgulas em todos os ângulos, a torre é encimada por um coruchéu central com remate em fogaréu, estando rodeado de uma balaustrada com pináculos nos cantos. Na parede N., a partir da capela-mor, abre-se, em vão rectangular, que comunica com a sacristia, onde existem igualmente alguns painéis de azulejos coloridos, análogos aos da nave.

Descrição Complementar
Na capela-mor, na parede do lado da Epístola, inserto num arcossólio de volta perfeita, encontra-se um sarcófafo com tampa, de secção hexagonal com aresta superior aplanada, e volume em duas águas, decorado na tampa com rosetas e na parede do sarcófago com escudos lisos, emoldurados por arcaturas cegas, havendo vestígios de pintura a vermelho. A nave possui dois púlpitos adossados às paredes laterais, colocados frontalmente, com plataforma em granito e varandim e sanefa também decorados com baixos relevos de madeira, pintados e dourados, assim como três confessionários encastrados nas paredes, dois do lado da Epístola e um do lado do Evangelho. O coro-alto está sustentado por um par de colunas toscanas, apresentando um varandim em madeira, com balaústres na zona central encimados por uma cartela onde está inscrita a data de 1733, tendo a sua decoração um tratamento idêntico ao do revestimento das paredes, sendo o acesso pelo exterior, através da torre sineira. Sob o coro-alto, encontra-se a pia baptismal, do lado do Evangelho, enquadrada por um arco rasgado na parede, em posição e colocação simétrica com um altar dedicado a S. Martinho.

Foi inicialmente Convento Beneditino

Época Construção
Séc. XIII / XVIII

Cronologia
Séc. IX - Instituição de um convento beneditino duplex [misto];
Séc. XIII - passagem de mosteiro a abadia secular;
Séc. XIV - provável remodelação da igreja;
Séc. XVIII - reconstrução da Igreja e sua redecoração;
1733 - data da cartela do coro-alto;
1977 - classifição dos elementos românicos da Igreja;
1980, 26 Março - Despacho alargando a classificação a toda a igreja, tendo em conta a qualidade estilística dos demais elementos do imóvel;
1997 - decreto-lei atribuindo uma nova redacção à designação oficial do imóvel.

Tipologia
Arquitectura religiosa, românica e barroca. Igreja de planta longitudinal e capela-mor rectangular exteriormente de grande simplicidade, com alguns vestígis românicos, nomeadamemte no portal, mas interiormente de alguma riqueza decorativa devido aos alçados estarem revestidos a azulejos e talha barroca.

Características Particulares
Paredes revestidas de azulejos do Séc. XVIII e por duas séries de baixos relevos de madeira; tecto em caixotões pintados; sarcófago decorado inserido em arcossólio.

Observações
*1 - O sarcófago estava entaipado, tendo aparecido aquando das obras de 1982.
*2 - Junto à Igreja terão existido sepulturas escavadas na rocha, destruídas para o alargamento da rocha.

(fonte: IHRU)

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