quarta-feira, 13 de julho de 2011

821 anos


Noite, irmã da Razão e irmã da Morte,
Quantas vezes tenho eu interrogado
Teu verbo, teu oráculo sagrado,
Confidente e intérprete da Sorte!

Aonde são teus sóis, como côrte
De almas inquietas, que conduz o Fado?
E o homem porque vaga desolado
E em vão busca a certeza que o conforte?

Mas, na pompa de imenso funeral,
Muda, a noite, sinistra e triunfal,
Passa volvendo as horas vagarosas...

É tudo, em torno a mim, duvida e luto;
E, perdido num sonho imenso, escuto
O suspiro das coisas tenebrosas...


- Antero de Quental, Lacrimae rerum

Honor Virtus et Potestas
Lux et Pace

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