quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ecos do Passado

Diziam-na bela.

Os homens desejavam-na pela sua suposta aparência.
As mulheres odiavam-na pela sua suposta aparência.

E o mundo corria. Corria na sua mansidão da ilusão imediata e aparente.

Qual Hipatia, era capaz de discutir as questões das mais simples às mais complexas, com a mesma simplicidade e desenvoltura. O intelecto era um instrumento não considerado, embora afilado qual bisturi.
Debatia com o Sábio, como debatia com o Mendigo.

A simplicidade dos factos, suscitou a complexidade do mundo.
Um mundo que não compreendia, como ainda hoje não compreende, a simplicidade.

E assim, no Caminho da Eternidade, voltaram a Encontrar-se.
Como se encontram Sempre, uma e outra vez.

E a Face dele foi-lhe roubada.

Ela segurou a Face dele e manteve-a com ela, como Sempre fez.
E com ela, ele foi e ficou, porque na Realidade Eles, são Um.

E as mentiras do mundo, contadas por milhares, ou milhões, ou biliões, de anos, nada são na Existência.
As mentiras do mundo, são apenas isso.
Os papéis no mundo, as personagens no mundo, tão variáveis quanto necessárias, apenas transitórias como as formas, como as aparências.

E ela foi. Penetrou no Deserto, e aí ficou.
Perguntou ao Vento e o Vento respondeu.
E ela guardou a Resposta, e Regressou.

A Realidade, o que verdadeiramente importa, será Sempre.
Sem Princípio nem Fim.

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